As fraudes nas assinaturas de apoio à criação do partido Solidariedade, do deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (PDT-SP), atingiram até mesmo uma autoridade do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão administrativo e fiscalizatório do Poder Judiciário. A vítima, desta vez, foi Bruno Dantas, conselheiro do CNJ até agosto deste ano. Como a ficha foi apresentada ao cartório em julho, Bruno ainda exercia a função no Conselho.
Bruno é servidor do Senado e, assim como diversos outros funcionários que tiveram seus nomes coletados indevidamente das fichas do Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo (Sindlegis), acabou tendo sua assinatura falsificada pela equipe recrutada pelo Solidariedade para alcançar as 492 mil firmas de apoio necessárias à criação do partido presidido por Paulinho da Força.
A falsificação é grosseira. Mostra uma caligrafia infantilizada, com letras arredondadas. Ao observar a ficha de apoio à criação do partido Solidariedade, Bruno Dantas não teve dúvidas e confirmou a fraude de que foi vítima:
— A assinatura não é minha — reforçou o ex-conselheiro.
Há duas semanas, o Correio Braziliense revelou que uma das fichas de apoio do Solidariedade é “assinada” pelo ex-servidor do Senado José Washington Chaves. Detalhe: ele morreu aos 82 anos, em 5 de agosto de 2006.
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