Mídia Ninja no Roda Viva

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DE RODRIGO CONSTANTINO, DA VEJA

 

Não foi fácil. Mas vi até o final o programa Roda Viva da TV Cultura com Pablo Capilé e Bruno Torturra, da Mídia Ninja. Ossos do ofício. Se o futuro do jornalismo vem daí, estamos fritos!

Não vou nem falar do “body language” do Capilé, “saca?”, pois isso seria desviar o foco, “saca?” A forma é o de menos perto do conteúdo. E é esse que mais me preocupa.

Os “ninjas” se defendem da acusação de que são partidários. Eles alegam que conversam com todos os partidos. Quando vão dar exemplos concretos, só sai esquerda radical. Quando perguntam se eles falam com o PSDB, uma esquerda mais light e civilizada, a resposta é a seguinte: “O PSDB não conversa com nenhum movimento social”.

A independência da mídia Ninja é a mesma de alguém que precisa do Bolsa Família para sobreviver: nula! A tática deles é acusar a grande imprensa de parcial, para poder alegar que todos possuem sua parcialidade, logo, cada um tem um lado para mostrar ao consumidor de informação em um mundo “multiparcial”.

Balela. Uma das estratégias mais manjadas da esquerda radical, que infelizmente ainda funciona, é partir de uma premissa verdadeira e concluir algo totalmente falso ou que não se deriva dessa premissa. Non sequitur! Claro que nenhum veículo de imprensa será totalmente isento, imparcial, neutro. Mas isso não quer dizer, em hipótese alguma, que todos são, portanto, igualmente parciais.

Perfeição não existe. Logo, o Papa Francisco não é perfeito. Nem Fernando Beira-Mar. Ambos são imperfeitos. Entendem onde quero chegar? Quem apela para essa tática quer sempre justificar e defender o que há de pior!

E não deu outra. Os “ninjas” justificam até os anarquistas e vândalos que depredam patrimônio público, privado, e saqueiam lojas. Ah, eles não precisam concordar para mostrar seu lado. Mas vamos entender o outro lado, a violência da polícia, como o “Black Bloc” chegou até esse ponto etc. Se isso não é justificar e defender o lado errado…

Outro grande equívoco dos “ninjas” é pensar que a boa cobertura, em termos de análise dos acontecimentos, só é possível no chão, em meio aos manifestantes. Não. O jornalista que cobrir a guerra ao lado dos soldados pode ter um foco interessante do soldado, mas não necessariamente terá uma visão mais correta da guerra. Ele está olhando as árvores, e pode não enxergar a floresta. Ele está sob o efeito do turbilhão de emoções, que podem turvar a razão. Ele pode se contagiar pela psicologia das massas, e não conseguir fazer uma análise mais fria e isenta.

O resumo: essa mídia Ninja é tão confiável quanto a Avaaz, ONG das petições, criada por um petista que assina artigos em jornal com outros petistas. É bom que gente assim continue atacando com tanta virulência veículos como a Veja e o Globo. Sinal de que esses fazem algo certo…

 

( FONTE )


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