Patrimonialismo: a raiz do subdesenvolvimento brasileiro

[VÍDEO] Patrimonialismo: a raiz do subdesenvolvimento brasileiro

História Vídeo

 

 

Lula, Bolsonaro e o velho ciclo de apropriação do Estado

 

Você já se perguntou por que o Brasil parece girar em círculos, alternando líderes mas mantendo os mesmos vícios estruturais? A resposta pode estar em um conceito pouco discutido fora da academia, mas absolutamente central para entender nossa realidade política: o patrimonialismo.

Neste vídeo imperdível, o professor Thomas Giulliano explica como o patrimonialismo molda o Estado brasileiro desde o período colonial até os dias de hoje, passando por Lula, Bolsonaro e outros líderes do nosso passado recente.

O que é patrimonialismo?

Segundo a definição clássica de Max Weber, patrimonialismo é a fusão entre o público e o privado no exercício do poder. É quando o governante age como se o Estado fosse uma extensão do seu patrimônio pessoal.

No Brasil, essa prática se enraizou desde os tempos do Brasil Colônia e segue viva em pleno século 21.

Alguns efeitos concretos do patrimonialismo:

  • Apropriação de cargos públicos como recompensa por lealdade pessoal;

  • Uso da máquina pública para favorecer aliados, familiares e “fiéis”;

  • Imposição de agendas políticas baseadas em vínculos pessoais e devocionais, não técnicos.


Estamento burocrático e patronato político: o legado colonial

A aula expõe como autores como Sérgio Buarque de Holanda, Raimundo Faoro e Oliveira Vianna analisaram o Brasil como uma sociedade onde o poder é controlado por um “estamento burocrático” — uma elite de funcionários e políticos que se apropriam das estruturas do Estado como se fossem seus donos.

Esse grupo forma uma espécie de patronato político, no qual lealdade e subserviência valem mais do que competência. Assim, a estrutura do Estado é mantida para servir a quem governa — e não à sociedade.


Lula, Bolsonaro e a lógica devocional

Sem cair em equivalências fáceis, o vídeo mostra como tanto Lula quanto Bolsonaro, em níveis e estilos diferentes, se encaixam nesse padrão patrimonialista:

  • Cargos distribuídos com base em confiança pessoal, não em mérito;

  • Famílias políticas participando ativamente da administração;

  • Carisma como fonte de legitimação, com seguidores que enxergam seus líderes como figuras quase messiânicas.

Essa “dominação carismática”, conceito de Weber, substitui a análise racional por uma fé incondicional no líder e em seu “plano” — por mais confuso ou incoerente que ele seja.


Internet, liberdade e controle: uma nova fronteira patrimonial

Outro ponto levantado na exposição é o risco crescente à liberdade de expressão na internet. Em nome do controle ou da “democracia”, o Estado busca novas formas de patrulhar o discurso público, muitas vezes com apoio tácito do mesmo estamento que se diz liberal ou conservador.

A internet, que deveria ser espaço de livre troca de ideias, corre o risco de ser transformada em mais um instrumento do patrimonialismo estatal, onde só fala quem for “abençoado” pelas instâncias de poder — togadas ou eleitas.


Brasil subdesenvolvido: não por acaso

O patrimonialismo não é um acidente. Ele é estrutura. E essa estrutura impede o Brasil de avançar.

Enquanto cargos públicos forem vistos como feudos e o Estado como propriedade privada de grupos políticos, o país continuará condenado ao atraso.


Assista à aula completa

Se você quer entender o Brasil para além dos memes, manchetes e paixões partidárias, este vídeo é um convite à reflexão profunda — e urgente.

 

 

 

 
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