As revelações do livro ‘O Negócio do Jair’ e a ausência de contestação judicial
O Jornalismo que Incomoda o Poder
Juliana Dal Piva não é uma jornalista qualquer. Com uma caneta afiada e uma apuração implacável, ela se tornou um pesadelo para aqueles que preferem a escuridão à luz da verdade. Seu livro, O Negócio do Jair: A história proibida do clã Bolsonaro, lançado em setembro de 2022, não é apenas um compilado de fatos; é um soco no estômago dos bolsonaristas, revelando segredos que muitos gostariam de manter enterrados. Mas, se as denúncias são tão graves, por que o clã Bolsonaro, tão afeito a processos e retaliações, preferiu o silêncio judicial diante das revelações do livro?

A Batalha Legal: Wassef vs. Dal Piva – Uma Vitória da Liberdade de Imprensa
Antes mesmo do furacão “O Negócio do Jair” atingir as livrarias, Juliana Dal Piva já estava na linha de frente de uma guerra judicial. Em junho de 2022, ela foi condenada a indenizar Frederick Wassef, o advogado pessoal de Jair Bolsonaro, por ter divulgado uma mensagem ameaçadora enviada por ele. A decisão, que gerou calafrios na espinha da liberdade de imprensa, foi vista pelo Comitê para Proteção de Jornalistas (CPJ) como um perigoso precedente . Afinal, como um jornalista pode expor ameaças se for punido por isso?

Mas a verdade, como sempre, encontra seu caminho. Em abril de 2023, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) não apenas derrubou a condenação de Dal Piva, como manteve a de Wassef, que teve que desembolsar R$ 10 mil por danos morais à jornalista . Uma vitória retumbante para a liberdade de imprensa, que mostrou que nem sempre o poder consegue calar a voz da verdade. Se Wassef, o “advogado do presidente”, não conseguiu calar Dal Piva, o que impediu o próprio Bolsonaro de tentar desqualificar as denúncias do livro na Justiça?
“O Negócio do Jair”: As Revelações que Ninguém Quis Contestar Judicialmente
“O Negócio do Jair” é o resultado de mais de três anos de uma investigação exaustiva. Dal Piva, com base em depoimentos exclusivos, documentos sigilosos e centenas de entrevistas, desvenda um esquema de compra de imóveis com dinheiro vivo e a famigerada “rachadinha”, que teria operado nos gabinetes da família Bolsonaro por décadas. São denúncias pesadas, que apontam para um enriquecimento ilícito e o uso de dinheiro público para fins privados. Se essas acusações fossem infundadas, não seria natural que os envolvidos buscassem a Justiça para limpar seus nomes?
E não foi por falta de tentativa de silenciamento. Em 2022, reportagens de Dal Piva e Thiago Herdy no UOL, que detalhavam a compra de 51 imóveis pela família Bolsonaro com dinheiro em espécie, foram alvo de uma censura judicial. Um desembargador chegou a ordenar a retirada do ar dessas matérias e de qualquer menção a elas nas redes sociais . Uma tentativa descarada de apagar a verdade, que, felizmente, foi barrada pelo ministro André Mendonça do STF, que derrubou a censura e garantiu a circulação das informações. Se a censura não funcionou, por que não a via judicial para provar a inocência?
O Silêncio que Grita: Por Que Bolsonaro Não Recorreu à Justiça?
Diante de um livro que escancara denúncias tão graves e detalhadas, a ausência de um processo judicial movido por Jair Bolsonaro contra Juliana Dal Piva é, no mínimo, intrigante. Um político que se mostra tão preocupado com sua imagem, optou por não contestar as acusações de “O Negócio do Jair” nos tribunais. Por quê? Seria porque as provas são irrefutáveis? Seria porque o risco de ter as denúncias confirmadas em um processo judicial era grande demais?
O silêncio de Bolsonaro diante das revelações de Juliana Dal Piva fala mais alto do que qualquer defesa. O livro escancara as denúncias de corrupção e esquemas de rachadinha envolvendo a família Bolsonaro, com base em investigações jornalísticas. Parece que ele preferiu ficar quieto a encarar isso na Justiça!
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