Reflexão : O pai, o adulto e a criança de todos nós

Comportamento

 

Segundo Eric Berne , a nossa personalidade é formada por três partes bem diferentes (chamou-as Estados do Ego) e que começam a atuar já na primeira infância, quando éramos bebês.

Do nascimento até mais ou menos um ano e meio, nós somos puramente instintos e emoções. Um bebê não compreende nada, ele só sente e esse comportamento não desaparece quando crescemos, ele continua operando, só que de forma diferente. Portanto nós continuamos com uma parte infantil dentro de nós que representa as emoções, a tristeza, a diversão, o prazer, o sexo (porque é instintivo), o choro e tudo o que se refira aos cinco sentidos. É a nossa CRIANÇA interna.

Ao redor de um ano, um ano e meio, o bebê começa a bisbilhotar tudo que o rodeia, os objetos, os móveis, as pessoas da casa, etc. É aquela fase em que ele começa a mexer em tudo, tudo quer ver e tocar. É nessa idade que começa a se desenvolver uma outra parte da nossa personalidade, o ADULTO, a parte que raciocina; que procura saber o porquê das coisas; reflete sobre a realidade que a rodeia e de acordo com essa reflexão é que vai tomar uma atitude frente a uma situação, pesa os prós e os contras e age segundo a razão e não as emoções; pede e dá informações. A nossa parte de ADULTO não tem emoções, é pura razão.

Vimos, então, que já nascemos com a parte CRIANÇA e que o ADULTO se forma algum tempo depois, porém não podemos esquecer que não vivemos sozinhos; desde o nascimento o bebê está rodeado por pessoas que vão cuidá-lo, alimentá-lo e educá-lo. Em geral isto é feito pelos pais.

Você já deve ter notado como as crianças, desde cedo, imitam seus pais nos gestos, atitudes ou maneira de falar. É porque os pais são os modelos que elas têm de como se comportar. Tudo o que os nossos pais dizem ou fazem fica registrado em nossa mente para sempre, contudo a maior parte fica inconsciente. Quando crescemos a nossa tendência será a de repetir as atitudes deles sem nos darmos conta disso. Portanto temos permanentemente um pai dentro de nós ou uma mãe (para simplificar dizemos somente PAI, reunindo as duas influências de comportamento que herdamos).

É a nossa parte que serve para educar, proteger, alimentar, normatizar, criticar, dirigir e ensinar a viver em sociedade. É toda a herança que recebemos de nossos pais (ou pessoas que os substituíram) quanto a normas, tradições, leis, etc.

A parte de PAI pode assumir três formas de comportamento: CRÍTICO, aquele que critica, castiga, julga,.

Pode ser PROTETOR, aquele que não só protege, mas também cuida, alimenta, orienta sem imposição e é permissivo.

Por último o PAI pode ser BRUXO (assim chamado por Berne), aquele que incute medo e preconceitos, estimula sentimentos de fracasso e culpabilidade. Esta é a pior parte. Pobre de quem teve um pai ou mãe assim.

Assim que as três partes se encontram formadas, nós começamos a agir ora usando uma, ora outra, às vezes duas ou as três juntas. Este uso de uma parte ou de outra vai depender do tipo de mensagens que recebemos de nossos pais e a nossa reação a elas, se as aceitamos ou rejeitamos.

Se você pensar um pouco vai ver como lembra de pessoas que estão sempre rindo, brincando, bem humoradas. São as que usam mais a CRIANÇA interna. Outras vivem sisudas, dando ordens ou conselhos, são as que usam mais a parte de PAI. Já outras são mais racionais, não tendo problemas de relacionamento porque usam mais o ADULTO que determina o momento adequado para agir com a CRIANÇA ou com o PAI internos.

Nas relações interpessoais, a vantagem de quem conhece esta teoria é conseguir identificar qual parte a outra pessoa está usando em determinado momento e procurar interagir com ela usando a sua adequada parte interna. Por ex;

1) O chefe grita com você ou lhe dá uma ordem em tom brusco. Ele está usando o Pai Crítico interno. O melhor que você tem a fazer é reagir com o seu Adulto, pois se reagir com sua Criança ou seu próprio Pai Crítico vai haver um conflito.

2) O marido chega em casa, após o trabalho, e começa a se insinuar para a a esposa. Ela ao invés de responder à investida com sua Criança, o que levaria a uma relação sexual, começa a usar seu Pai Protetor perguntando ao marido como estão suas costas, se já se sente melhor da dor, etc. É claro que o marido vai ficar desapontado (pra não dizer outra palavra…rsrs) ou bravo mesmo.

Conhecer os nossos Estados de Ego, além de contribuir com o autoconhecimento, ajuda muito na nossa interação com as pessoas, a tomar decisões, a se portar numa entrevista de emprego ou outra situação delicada, etc.

 

[ Originalmente postado no blog Expansão de Consciência ]

 

 


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