O domínio do Mercado Livre pode mudar o futuro do comércio online no Brasil — e quase ninguém está percebendo
Você já parou para pensar quem realmente ganha com o e-commerce no Brasil?
Nos últimos anos, o Mercado Livre se consolidou como o maior marketplace do país. Para muitos consumidores, a plataforma é sinônimo de praticidade, entrega rápida e preço competitivo.
Mas, segundo Rodrigo Tiorro um dos apresentadores do Podcast 3 Irmãos, por trás dessa eficiência existe um processo silencioso de concentração de mercado que pode estar sufocando pequenos negócios brasileiros.
O “Fulfillment” e o controle total do comércio
Durante o episódio, Rodrigo explica que o Mercado Livre, com o serviço Fulfillment, oferece armazenamento e distribuição para empresas em seus depósitos.
No início, o serviço foi anunciado como gratuito — uma solução que prometia “libertar o vendedor” para trabalhar de qualquer lugar.
Mas, depois que o sistema se popularizou, as taxas começaram a ser cobradas e aumentar constantemente. O problema, segundo ele, é que o Mercado Livre passou a ter acesso a todas as notas fiscais das empresas que armazenam seus produtos.
Ou seja, a plataforma sabe quem vende, o que vende, de quem compra e quanto paga.
Com essas informações, O Mercado Li pode replicar os produtos mais rentáveis, comprando direto do fornecedor e concorrendo deslealmente com os vendedores do marketplace, que acabam perdendo espaço e margem de lucro.
Concorrência desleal e quebra de negócios
Imagine que você invista em estoque, estrutura e funcionários para vender online.
De repente, o mesmo produto aparece sendo vendido pelo próprio Mercado Livre, com preço mais baixo e destaque nos resultados.
Como competir com quem controla o algoritmo, as taxas e a vitrine principal?
Segundo o relato, essa prática tem levado muitos pequenos empreendedores à falência, enquanto o marketplace amplia sua participação e lucra com todas as etapas do processo — da venda ao frete.
A influência política e os incentivos fiscais
Outra parte preocupante é o poder de influência da empresa junto a governos estaduais e federais.
De acordo com Rodrigo, o Mercado Livre consegue negociar benefícios fiscais e regras tributárias sob medida, o que amplia ainda mais sua vantagem sobre concorrentes menores.
Enquanto isso, milhares de empregos formais desaparecem, substituídos por contratos PJ e serviços terceirizados.
Frete, empréstimos e juros abusivos: os bastidores do monopólio
O vídeo também denuncia a forma como a empresa lucra com o frete e os empréstimos internos.
Mesmo obtendo tarifas reduzidas junto aos Correios, o Mercado Livre cobraria valores mais altos dos vendedores, ganhando na diferença.
Além disso, o marketplace oferece créditos rápidos para lojistas — com juros altíssimos que, em alguns casos, chegam a 35% ao mês.
Para Rodrigo, isso não é um empréstimo, e sim um adiantamento disfarçado, já que o próprio sistema desconta automaticamente das vendas futuras do vendedor.
E o consumidor, onde entra nessa história?
Do ponto de vista do cliente, tudo parece ótimo: preços baixos, entrega rápida e experiência eficiente.
Mas a pergunta é: a que custo?
Enquanto o consumidor economiza alguns reais, o país pode estar entregando seu comércio digital a um único grupo internacional, já que o Mercado Livre é uma empresa argentina com lucros enviados para fora do Brasil.
O futuro do e-commerce está em risco?
Hoje, estima-se que o Mercado Livre concentre cerca de 44% de todas as transações no e-commerce do Brasil.
Com a entrada no atacado e na intermediação financeira, o domínio pode crescer ainda mais.
Se nada mudar, o que está sendo construído — silenciosamente — é um império digital com poder de ditar preços e estratégias de mercado.
Reflexão final
A discussão não deve ser sobre “proibir” ou “regular demais”, mas sobre entender o impacto da centralização de plataformas e incentivar a livre concorrência real.
A liberdade de mercado depende de consumidores conscientes, empreendedores inovadores e ambientes digitais plurais, onde novas ideias possam florescer sem serem sufocadas por gigantes.
O alerta é simples: a liberdade online só sobrevive se existirem opções.
A escolha — e o poder de equilibrar esse jogo — ainda está nas mãos de quem compra, vende e compartilha informação.
Quer ver o episódio completo do Podcast 3 Irmãos e entender todos os bastidores dessa discussão?
Acesse o conteúdo completo e tire suas próprias conclusões:
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