Lula concede asilo a envolvida no esquema que o levou à prisão em 2018

Lula concede asilo a envolvida no esquema que o levou à prisão em 2018

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Nadine Heredia chega ao Brasil após condenação por lavagem de dinheiro

A ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia, desembarcou em Brasília nesta quarta-feira (16), apenas um dia após ser condenada a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro. A sentença se refere ao recebimento de propinas da construtora brasileira Odebrecht, que esteve no centro de um dos maiores escândalos de corrupção da América Latina.

Logo após a condenação, Heredia buscou abrigo na embaixada brasileira em Lima e pediu asilo político. Com um salvo-conduto assinado pela presidente do Peru, Dina Boluarte, ela deixou o país acompanhada do filho menor de idade.

Enquanto isso, o ex-presidente Ollanta Humala, marido de Heredia, permaneceu no Peru e foi preso após a leitura da sentença.

Brasil, o resort do crime

O governo brasileiro, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, concedeu asilo diplomático a Nadine Heredia. A decisão gerou críticas e controvérsias. Afinal, a própria Odebrecht, empresa envolvida no caso, foi peça central na Operação Lava Jato — investigação que levou o próprio Lula à prisão em 2018.

Embora o Supremo Tribunal Federal tenha anulado as condenações de Lula em 2021 por questões processuais, os vínculos com empreiteiras corruptoras, como a Odebrecht, são fatos registrados. Ainda assim, foi esse mesmo governo que ofereceu proteção a uma condenada por lavagem de dinheiro ligada à mesma construtora.

A justificativa formal do asilo foi baseada na Convenção sobre Asilo Diplomático de 1954. Contudo, a decisão levanta suspeitas sobre os reais interesses por trás do gesto. Heredia chegou ao Brasil em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), pousando em Brasília por volta das 12h.

Segundo a defesa, ela permanecerá na capital para trâmites diplomáticos, mas deseja fixar residência em São Paulo. A movimentação diplomática ocorre sob o olhar atento de juristas, políticos e da imprensa internacional.

Condenação por propinas da Odebrecht e fundos venezuelanos

A Justiça peruana condenou Heredia e Humala após mais de três anos de julgamento. O casal recebeu US$ 3 milhões da Odebrecht durante a campanha eleitoral de 2011. Essa campanha elegeu Humala presidente do Peru.

Além disso, o Ministério Público do Peru afirma que, em 2006, o casal desviou US$ 200 mil enviados pelo então presidente venezuelano Hugo Chávez. O dinheiro teria sido transferido por meio da empresa Kayzamak, durante uma campanha que terminou em derrota.

A promotoria pediu 26 anos de prisão para Heredia e 20 para Humala. A acusação sustenta que ela usou os recursos ilegais na compra de imóveis, ocultando a origem dos fundos.

Apesar disso, Heredia e Humala negam envolvimento em crimes. A defesa do ex-presidente classificou a sentença como “excessiva” e anunciou que vai recorrer.

A longa sombra da Odebrecht no Peru

O caso de Heredia integra uma trama ainda maior. Em 2016, a Odebrecht — hoje chamada Novonor — admitiu ter distribuído quase US$ 800 milhões em propinas por toda a América Latina. No Peru, foram pelo menos US$ 29 milhões em subornos entre 2005 e 2014.

Até agora, quatro ex-presidentes peruanos foram envolvidos diretamente no escândalo. Alejandro Toledo foi condenado a mais de 20 anos. Pedro Pablo Kuczynski cumpre prisão domiciliar. Alan García cometeu suicídio em 2019, pouco antes de ser preso. E Alberto Fujimori, embora não ligado à Odebrecht, foi condenado por corrupção e crimes contra a humanidade.

Keiko Fujimori, adversária de Humala em 2011, também chegou a ser presa preventivamente por relações com a empreiteira. No entanto, seu processo foi anulado.

Em conclusão: asilo ou blindagem?

Em resumo, o caso de Nadine Heredia reforça a ideia de que o Brasil se tornou um porto seguro para figuras políticas condenadas por corrupção — especialmente quando há vínculos com o atual grupo no poder.

Ao conceder asilo à ex-primeira-dama do Peru, o governo Lula reaquece o debate sobre impunidade e favorecimento político. Ainda mais grave é o pano de fundo: uma personagem ligada à Odebrecht, justamente a empresa que arrastou o Brasil para uma de suas maiores crises institucionais, encontra agora abrigo no país.

Assim sendo, resta a pergunta: o Brasil protege perseguidos políticos ou acolhe parceiros de velhas alianças?

 


 
 


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