A história do Massacre do Caldeirão da Santa Cruz do Deserto, comunidade sociorreligiosa liderada pelo beato José Lourenço, na região do Cariri cearense, em
terras no município do Crato, ocorrida em 1937
O Caldeirão de Santa Cruz do Deserto, localizado na cidade do Crato, no Ceará, foi um sítio que pertenceu ao Padre Cícero Romão Batista e que abrigou uma comunidade religiosa liderada pelo beato José Lourenço.
A comunidade do Caldeirão foi um espaço de convívio religioso, trabalho e devoção para milhares de sertanejos do Nordeste na década de 1930. Atraía sertanejos que fugiam da vida sofrida sob o controle dos “coronéis”. Era caracterizada por:
- Uma vida pautada pela fé, pelo trabalho e pela divisão das coisas entre todos
- Uma terra e uma produção coletivas
- A ausência de distinção entre os habitantes
- A fartura, ao contrário do resto do Sertão, onde reinava a fome e a miséria
- A figura do beato José Lourenço como guia espiritual, que ensinava aos habitantes agricultura e medicina natural
O Massacre do Caldeirão
O massacre do Caldeirão de Santa Cruz do Deserto ocorreu por ordem de Getúlio Vargas, em 1937:
- O governo acusava a comunidade de comunismo e temia que se tratasse de uma nova Canudos.
- O massacre foi autorizado pelo ministro da Guerra, Eurico Gaspar Dutra.
- A comunidade foi destruída por tropas do governo, que usaram aviões e metralhadoras.
- Os sobreviventes foram caçados por policiais e jagunços, e muitos foram degolados.
- Os mortos foram enterrados em uma vala comum, cujo local é desconhecido.
- O beato José Lourenço, líder da comunidade, fugiu para Pernambuco, onde morreu de peste bubônica.
O Massacre do Caldeirão é um exemplo de como o poder federal pode silenciar e amordaçar a memória de um acontecimento histórico.
Assista ao vídeo abaixo:
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